Olhos que abrem rasgando um traço de luz;

Lá do fundo eu sei que começa mais um dia;

A preguiça contempla os meus movimentos e passos lentos;

Mas pensamento rápido e fugaz;

Pego a caneca, sigo para mais um café;

De pés descalços giro para a varanda ainda molhada;

E escuto o mar lá longe, mas tão perto;

Desejo esta paisagem para sempre, alma calma. 

A vida é como a escrita. Todos os dias mais um bocadinho.

De longas histórias ou curtas, de grandes ou pequenos finais.

Deixo-me envolver por contos onde o choro e o sorriso vivem intensos.

No meio, as batalhas, as superações, as dúvidas e o inconstante.

Decifrar o viver é como decifrar um poema. Por vezes confuso, mas fazendo sentido para quem o vive.

Onde tu és o principal, onde só tu sabes mexer na tua caneta como ninguém.

Percorrendo todas as linhas, criando vivências vividas, escritas e memorizadas.

Onde o amor é o teu grande foco. Amor por ti, amor pelo outro, amor pelo mundo. 

Como é bom viver, como é bom escrever.